Robôs do mundo moderno

Acho alucinante o funcionamento do mundo moderno.

Chegamos a um ponto em que quase precisamos pagar para respirar.

Aprendemos a crer que precisamos trabalhar muito a fim de sustentar nossas necessidades de consumo. Aprendemos que a beleza fundamental é aquela exposta na mídia, queremos ser magros, bonitos e ricos. Isso não seria problema se os padrões estabelecidos fossem os nossos, mas na realidade seguimos irrefletidamente, os padrões alheios.

A beleza não pode ser enquadrada de maneira que todos tenhamos a mesma referência de beleza. Somos seres diferentes e portanto, gostamos de coisas diferentes, às vezes nossos gostos se afinam com os de outras pessoas, e às vezes não.

A dinâmica do consumismo mundial foi criada para enriquecer poucos e escravizar muitos. Os padrões de beleza, de prazer e de conforto são ditados por poucos e seguidos por muitos.

Como é possível que nos deixemos levar pelo ritmo do consumismo, da mídia e das indústrias, sem percebermos que estamos nos afastando das coisas que realmente importam?

De que adianta ter um emprego se não gostamos do que fazemos?

De que adianta ter filhos se não convivemos com eles?

De que adianta ter um marido ou uma esposa, se não os conhecemos ou não nos damos bem com eles?

A quem estamos enganando?

Vale a pena lutar pelos luxos que as indústrias nos oferecem, nos matando de trabalhar, competindo como animais?

Ter o melhor celular?

A melhor roupa?

O melhor carro?

Sim, vale muito a pena se:

Se, temos tempo para os filhos, pais, vizinhos e amigos;

Se, temos uma ótima relação com nosso parceiro ou parceira;

Se, temos tempo para curtir o que construímos;

Se, temos saúde, se alimentamos bem e cuidamos do nosso físico;

Se, temos tempo para cuidar de nós mesmos e nos conhecer melhor.

Infelizmente 90% das pessoas transitam infelizes pelo planeta diariamente. Parecem robôs, ansiosas, assustadas e apressadas. Acordam, trabalham e dormem diariamente, sem ter investido 1 minuto do dia no seu bem-estar emocional. Não percebem o nível de estresse, o nível de ansiedade e a decadência de suas relações pessoais.

Sinceramente, gostaria de acordá-las, gostaria de sacudi-las, gostaria de tocá-las nas suas essências.

Os anos passam tão rapidamente. De repente, os filhos se tornam adultos e se vão. O parceiro envelhece, adoece e às vezes se vai.

Só então começa um leve despertar. Estando só. Aposentado, em meio ao luxo, ao conforto e de frente com a realidade, ou estando fragilizado, entre muitos apertos financeiros, sem saúde e sem amigos.

Valeu a pena???? O que fazer???

Muitos batem cabeça, tentam comprar amizades e companhias. Tentam viver a juventude que perderam, viver o que não tiveram tempo de viver. Outros entram nos vícios, se destroem a cada dia, sentem-se vítima do governo, do sistema, das injustiças da vida.

Tudo bem. Não é o fim do mundo.

Você pode ser feliz, pode se sentir vivo, ainda pode buscar a autorrealização.

Pode começar por conhecer a si mesmo. Pode aprender mais sobre suas alegrias, suas tristezas, seus medos, suas dúvidas, suas qualidades e suas necessidades de mudanças. Pode ditar seu próprio ritmo de vida e pode escolher seus padrões de beleza.

Podemos entender que para viver bem precisamos de pouco, e que esse pouco não passa pelo carro do ano, pela melhor roupa, pelo último modelo de celular.

Podemos entender que só precisamos de um par de sapatos, pois temos apenas um par de pés.

Podemos entender que precisamos apenas de duas mudas de roupas pois temos apenas um corpo para vestir.

Podemos entender que a maioria das necessidades que acreditamos ter, são opções do ego, são crenças incutidas pela indústria do consumismo e alimentadas pelo nosso orgulho, pela nossa visão equivocada de que ter é fundamental para nossa sobrevivência.

Existem poucas coisas no mundo que trazem mais satisfação do que encarar a realidade. Pois a partir dela nos libertamos da escravidão socialmente aprendida e podemos desenvolver a serenidade.

Desenvolvendo a serenidade, nos libertamos dos grilhões que robotizam e escravizam, passando a viver conforme valores pessoais mais profundos e verdadeiros.

Seja feliz. Comece hoje. Se você quiser, você pode.

Dúvidas? Me escreva.

Dyrceia Freithas – 26/02/2018

Sobre Dirceia

Dirceia tem 63 anos, vive me Belo Horizonte, autodidata desde os anos 90, gosta de ler, escrever, conversar. Seu objetivo é trabalhar em prol do crescimento pessoal e das pessoas em seu entorno. Estuda, técnicas e ferramentas dentro da conscienciologia, do autoconhecimento, e nas dinâmica das relações, incluindo as diversas formas de funcionarmos no dia-a-dia.

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