Categoria: Reflexão
Quem seria a escolhida? (Pequeno conto chinês)
Quem seria a escolhida?
Conta-se que por volta do ano 250 A.C, na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador mas, de acordo com a lei, deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma “disputa” entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula:
– Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça; eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
– Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, inicialmente, o príncipe anunciou o desafio:
– Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de “cultivar” algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc…
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou à mãe que, independentemente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu:
– Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
(Autor desconhecido)
Vamos Conversar?
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O outro lado da vida (conto chinês)
O Outro Lado da Vida.. ♥ ♥
Um discípulo procurou seu mestre e perguntou:
– Mestre, como posso saber se existe mesmo vida após a morte?
O Mestre olhou para ele e respondeu:
– Encontre-me novamente após o sol se pôr.
O discípulo, meio contrariado, esperou algumas horas, ansioso pela resposta.
Logo que o sol se pôs, o discípulo voltou à presença do mestre. Assim que o discípulo apareceu, o mestre afirmou:
– Você percebeu o que houve? O sol morreu…
O discípulo ficou sem entender nada. Julgou que se tratava de uma brincadeira do mestre.
– Como assim mestre? Perguntou o discípulo. O sol não morreu, ele apenas se pôs no horizonte.
O mestre disse:
– Exatamente. O mesmo ocorre com todos nós após a morte. Se confiássemos apenas em nossa visão física, nos pareceria que o sol deixou de existir atrás da montanha. Mas no instante em que ele “morreu” no horizonte para nós, ele nasceu do outro lado do mundo, e se tornou visível para outras pessoas. O mesmo princípio rege a nossa alma. Após a morte do corpo, ela parece desaparecer aos nossos olhos, mas nasce no plano espiritual. A chama do espírito não se apaga, ela apenas passa a brilhar no outro lado da vida.
(Hugo Lapa)
Vamos conversas sobre isso?
Dirceia – dirceiafm@hotmail.com
Senhor Palha
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Senhor Palha
Conto Japonês
Era uma vez, há muitos e muitos anos atrás, é claro, porque as melhores histórias sempre se passam
há muitos e muitos anos, um homem chamado Senhor Palha. Ele não tinha casa, nem mulher, nem filhos,
para dizer a verdade, só tinha a roupa do corpo. pois o Senhor Palha não tinha sorte. era tão pobre que
mal tinha o que comer era magrinho como um fiapo de palha. Por isso é que as pessoas o chamavam de
Senhor Palha. Todo dia o Senhor Palha ia ao templo pedir à Deusa da Fortuna para melhorar sua sorte, e
nada acontecia. Até que um dia, ele ouviu uma voz sussurrar:
– A primeira coisa que você tocar quando sair do templo lhe trará grande fortuna.
O Senhor Palha levou um susto. Esfregou os olhos, olhou em volta, mas viu que estava bem acordado e
o templo estava vazio. Mesmo assim, saiu pensando: “Eu sonhei ou foi a Deusa da Fortuna que falou
comigo?” Na dúvida, correu para fora do templo, ao encontro da sorte.
Mas na pressa, o pobre Senhor Palha tropeçou nos degraus e foi rolando aos trambolhões até o final da
escada, onde caiu na terra. ao se por de pé, ajeitou as roupas e percebeu que tinha alguma coisa na mão.
Era um fiapo de palha.
“Bom”, pensou ele, “um fiapo de palha não vale nada, mas, se a Deusa da Fortuna quis que eu pegasse,
é melhor guardar.”
E lá se foi ele, segurando o fiapo de palha.
Pouco depois apareceu uma libélula zumbindo em volta da cabeça dele.
Tentou espantá-la, mas não adiantou. A libélula zumbia loucamente ao redor da cabeça dele.
“Muito bem” pensou ele. “Se não quer ir embora, fique comigo.”
Apanhou a libélula e amarrou o fiapo de palha no rabinho dela. Ficou parecendo uma pequena pipa, e ele
continuou descendo a rua com a libélula no fiapo.
Logo encontrou uma florista com o filhinho, a caminho do mercado, onde iam vender flores. Vinham de
muito longe. O menino estava cansado, suado, e a poeira lhe trazia lágrimas aos olhos. Mas quando o
menino viu a libélula zumbindo amarrada no fiapo de palha, seu rostinho se animou.
– Mãe, me dá uma libélula? – pediu – Por favor!
“Bom”, pensou o Senhor Palha, “a Deusa da Fortuna me disse que o fiapo de palha traria sorte, mas esse
garotinho está tão cansado, tão suado, que pode ficar mais feliz com um presentinho”. E deu a libélula no
fiapo para o garoto.
– É muita bondade sua – disse a florista. – Não tenho nada para lhe dar em troca além de uma rosa. Aceita?
O Senhor Palha agradeceu e continuou seu caminho, levando a rosa.
Andou mais um pouco e viu um jovem sentado num toco de árvore, segurando a cabeça entre as mãos.
Parecia tão infeliz que o Senhor Palha lhe perguntou o que havia acontecido.
– Vou pedir minha namorada em casamento hoje à noite – queixou-se o rapaz. – Mas sou tão pobre que não
tenho nada para dar a ela.
– Bom, também sou pobre – disse o Senhor Palha. – Não tenho nada de valor, mas se quiser dar a ela esta rosa,
é sua. O rosto do rapaz se abriu num sorriso ao ver a esplêndida rosa.
– Fique com essas três laranjas, por favor – disse o jovem, – É só o que posso dar em troca.
O Senhor Palha seguiu andando, carregando três suculentas laranjas.
Logo encontrou um mascate, ofegante. – estou puxando a carrocinha o dia inteiro e estou com tanta sede que
acho que vou desmaiar. Preciso de um gole de água.
– Acho que não tem nem um poço por aqui – disse o Senhor Palha.
Mas se quiser pode chupar estas três laranjas.
O mascate ficou tão grato que pegou um rolo da mais fina seda que havia na carroça e deu-o ao Senhor Palha,
dizendo: – O senhor é muito bondoso. Por favor, aceite esta seda em troca.
E o Senhor Palha mais uma vez seguiu pela rua, com o rolo de seda debaixo do braço.
Não deu dez passos e viu passar uma princesa numa carruagem. Tinha um olhar preocupado, mas sua expressão
logo se alegrou ao ver o Senhor Palha.
– Onde arrumou essa seda? – gritou ela. – É justamente o que estou procurando. hoje é aniversário de meu pai e
quero dar um quimono real para ele.
– Bom, já que é aniversário dele, tenho prazer em lhe dar essa seda – disse o Senhor palha.
A princesa mal podia acreditar em tamanha sorte.
– O senhor é muito generoso – disse sorrindo. – Por favor, aceite esta jóia em troca.
A carruagem se afastou, deixando o Senhor Palha segurando a jóia de inestimável valor refugindo á luz do sol.
“Muito bem”, pensou ele, “comecei com um fiapo de palha que não valia nada e agora tenho uma jóia. Acho que
está bom.”
Levou a jóia ao mercado, vendeu-a e, com o dinheiro, comprou uma plantação de arroz. Trabalhou muito, arou,
semeou, colheu, e a cada ano a plantação produzia mais arroz. Em pouco tempo, o Senhor Palha ficou rico.
Mas a riqueza não o modificou. Sempre ofereceu arroz aos que tinham fome e ajudava a todos que o procuravam.
Diziam que sua sorte tinha começado com um fiapo de palha, mas quem sabe foi com a fé e a generosidade?
Extraído do “Livro das Virtudes – volume ll – O Compasso Moral” – de
William J. Bennett
Obs da Dirceia:
Pessoal, hoje não tenho vergonha de dizer as coisas que pensei quando li esta história pela primeira vez, confesso
que me sinto até feliz por perceber o quanto cresci com o passar dos anos, divido com vocês meus “sentimentos de
mesquinhêz anteriores”, sem mêdo do julgamento alheio, pois aprendi que só assim poderei exemplificar o quanto
somos humanos e o quanto podemos através de nossas escolhas nos humanizar. Beijos.
Quando Senhor Palha escutou o sussurro, pensei: que nada vê se uma Deusa vai falar com a gente.
Quando ele caiu escada abaixo, pensei: continua sem sorte mesmo.
Quando encontrou o fiapo de palha, pensei: jamais alguém pode ter fortuna com um fiapo de palha.
Quando ele deu a libélula, pensei: agora é que não tem nada mesmo o que vai fazer com uma rosa?
Quando deu a rosa, pensei o cara não tem nada como pode pedir alguém em casamento, serão dois a morrer de fome.
Quando deu as laranjas, pensei é um tolo mesmo.
Quando deu a seda então? Pensei: logo agora que podia conseguir um bom dinheiro com a princesa? É um louco mesmo.
Pois é gente que valiosas lições esta história me ensinou. Espero que possam aprender também.
Mentoria: Autogestão Pessoal
Minha jornada evolutiva, levou-me a universidade e a pós graduação, porém, as reciclagens mentais, emocionais e comportamentais vieram a partir da busca pessoal, das experiências vividas, dos estudos autodidata e da aplicação prática dos aprendizados.
Hoje sou também, Mentora em Autogestão Pessoal.
A mentoria é um processo de transformação pessoal através da ressignificação. nele vamos trabalhar as necessidades reais da pessoa, ajudando na liberação de memórias adoecidas. nesse processo serão criadas novas memórias, com novos significados, novas emoções.
Trata-se de uma metodotogia que contém o passo-a-passo que utilizei para obter as mudanças que desejava e precisava fazer afim de desenvolver autoestima, autoconfiança, autoamor e satisfação pessoal.
Uma das técnicas que mais utilizo é a técnica da Autoamizade.
Sobre a Autogestão pessoal:
Todo ser humano tem qualidades e defeitos e é dotado de inteligência para administrar os próprios pensamentos e sentimentos a fim de promover seu bem-estar íntimo.
Autogestão significa que você será a pessoa que irá gerenciar o seu nível de estresse, gerando qualidade aos seus pensamentos e sentimentos. Saiba que cada um de nós tem capacidades específicas para isso e que também podemos desenvolver aquilo que falta, trazendo para nosso dia-a-dia maior equilíbrio e serenidade através da nossa vontade e dedicação.
A mentoria de Autogestão pessoal, te ajuda a reduzir o estresse, os conflitos íntimos, a controlar a raiva, administrar a intensidade de pensamentos, a controlar a ansiedade.
Você pode melhorar as relações, aumentar sua autoestima e muito mais.
Existe a mentoria individual, mentoria para casais e grupal.
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Carência x Autonutrição
Carência x Autonutrição
Sentir-se carente é algo que acontece com todos os seres humanos. A carência afetiva pode ser mais ou menos intensa, pode durar um período curto ou longo e algumas pessoas vivem no estado de carência uma vida inteira.
O que ocorre na maior parte das vezes é que não fomos treinados para suprir nossas próprias carências, às vezes acreditamos que precisamos dos outros para supri-las. Imaginamos que esse suprimento afetivo só pode ocorrer se estivermos com um parceiro ou parceira. Não é à toa que existe muita gente que “não consegue ficar sozinha”.
Temos várias fontes de afeto que não reconhecemos como tal porque nossa cultura praticamente exige que estejamos namorando ou casados, como se isso fosse garantia de plenitude afetiva. Não é!
Com essa crença (limitante) ficamos menos seletivos, acabamos por entrar às cegas em relacionamentos que se transformam em sofrimentos e problemas assim que a fase do encantamento inicial passa, a fase da sedução.
Nos vemos envolvidos com pessoas difíceis, ciumentas, exigentes, exploradoras, insensíveis, desrespeitosas, com uma personalidade muito distante daquilo que pretendíamos ter ao nosso lado.
E por medo da solidão, na ilusão de que estar com alguém nos salvará da carência, não nos damos conta de que continuamos esvaziados de afeto, mendigando amor e atenção e por isso aceitando relacionamentos abusivos e desequilibrados.
OLHE AO REDOR
Quando você se sentir carente, volte seu olhar para os outros setores de sua vida e perceba o quanto está perdendo em qualidade de vida afetiva quando acredita que só pode ser suprida através do relacionamento a dois.
Preste atenção em:
Sua família – seus pais, por mais que vocês tenham problemas de convivência, eles demonstram amar você das mais variadas formas: fazendo aquela comida gostosa, cuidando da organização e sustento da casa, se interessando por seu bem estar.
Abra seu coração para esse carinho silencioso, saiba receber e retribuir. Reconheça o afeto contido nas pequenas atitudes.
Seus filhos– pequenos ainda, ou adolescentes e mesmo já adultos, demonstram seu carinho com uma brincadeira, dividindo um segredo, partilhando uma alegria, demonstrando confiança.
Seus amigos – o convite para uma festa, a declaração de amizade, o ombro oferecido desinteressadamente ou a busca de seu ombro amigo para confiar seus problemas.
Seus colegas de trabalho ou de colégio/faculdade – a ajuda prestada numa matéria ou a orientação sobre as diretrizes da empresa são atitudes generosas, o convite para o almoço ou para a balada demonstrando que sua presença é querida.
APRENDA A NUTRIR A SI MESMO
Se você aprende a reconhecer nos pequenos gestos uma atitude afetiva, você passa a se sentir muito mais nutrido e feliz. Mas tão importante quanto sentir-se nutrido por colegas, amigos, familiares e filhos, é aprender a nutrir a si mesmo.
Valorize suas qualidades e aprenda a reconhecer as coisas legais que você faz, a pessoa bacana que você é!
Aprenda a dar a você mesmo pequenos presentes, desde uma xícara gostosa de café até uma merecida viagem de férias. Mas faça isso com consciência, sem ligar o “piloto automático”. Enquanto estiver preparando seu café, curta esse momento, perceba que você pode se afagar ao curtir o prazer de se deitar em lençóis cheirosos e macios, ou quando for preparar uma pipoca para assistir àquele filme que você quer ver.
Os pares que escolhemos para compartilhar a vida a dois estarão muito mais próximos de ser afetivamente positivos, quando somos movidos pelo desejo de estarmos juntos, ao invés de estarmos movidos pelas carências.
Quando estamos pacificados e somos capazes de suprir-nos de diversas formas, estamos também mais alertas, conseguimos detectar melhor se a pessoa com quem estamos nos envolvendo tem as qualidades que desejamos e merecemos.
É muito importante estar “antenado”, ligado em você mesmo e reconhecer a quantidade de afeto que já está disponível para você no seu dia-a-dia.
E antes de sair desenfreadamente buscando do lado de fora coisas e pessoas para preencher os vazios do seu coração, faça por você mesmo o que gostaria que alguém fizesse. Ou seja, cuide-se. Respeite-se. Ame-se!
Seja sua melhor companhia.
Dirceia – 30/09/2020
Parábola da águia que (quase) virou galinha
“Um fazendeiro encontrou na floresta um filhote de águia. Recolheu, levou e colocou no galinheiro, junto com as galinhas, e começou a alimentar com milho e ração de galinha. O filhote foi crescendo no meio das galinhas, adquirindo seus hábitos, ciscando a terra como se fosse galinha, embora a águia fosse o rei/ rainha de todos os pássaros.
Cinco anos depois, ela tinha o comportamento de galinha, vivia como galinha, comia como galinha, inclusive cacarejava como galinha.
Um dia um naturalista passou pela fazenda e observando o galinheiro, disse: Esse pássaro aí não é uma galinha, é uma águia.
De fato, disse o fazendeiro, ela nasceu águia, mas hoje é uma galinha. Foi criada como galinha, vive como galinha e se comporta como galinha. Tem os hábitos de uma galinha.
Não, retrucou o naturalista. Ela é e sempre será uma águia, pois tem o coração de águia e ninguém pode contrariar a sua natureza. Esse coração há fará um dia voar às alturas. Eu vou provar a você que ela é uma águia.
Não, não, insistiu o fazendeiro. Não é possível. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia ergueu-a bem alto e desafiando-a, disse: Já que de fato você é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe!
A águia viu as galinhas no chão, pulou para junto delas e voltou a ciscar os grãos.
O fazendeiro comentou: eu não falei que era uma galinha? Ela não é mais águia, ela virou uma simples galinha!
Mas o naturalista tornou a insistir: Não, ela tem no coração a natureza da águia. Vamos levá-la para cima de casa e você vai ver que ela vai se tornar águia novamente.
Ele a levou para o telhado da casa e sussurrou-lhe: Águia abra suas asas e voe! Mas quando a águia viu lá em baixo as galinhas no chão, pulou e voltou a ciscar no meio delas.
O fazendeiro disse: Tá vendo só o que eu disse? Ela é e sempre será uma galinha.
Mas o naturalista não se conformou. Não, afirmou. Amanhã nós vamos lá no alto daquela montanha e você vai ver que ela não é uma galinha, é uma águia.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia tremia feito vara verde, mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Você é uma águia, voe! E a lançou contra o sol. Nesse momento a águia abriu as suas asas de quase três metros de envergadura, grasnou como as águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou…voou… até confundir-se com o azul do firmamento.”
“Uma águia tem dentro de si o chamado do infinito. Seu coração sente os picos mais altos das montanhas. Por mais que seja submetida a condições de escravidão, ela nunca deixará de ouvir sua própria natureza de águia que a convoca para as alturas sublimes. As pessoas que alçam vôo sublime são as que se recusam a deitar-se, a suspirar e desejar que as coisas mudem! Tais pessoas não reclamam sua sorte e tampouco sonham, passivamente, com algum navio longínquo que vai chegando para levá-la pra bem longe. Em vez disso, visualizam em suas mentes que não são desistentes; não permitirão que as circunstâncias da vida as empurrem lá para baixo, e as mantenham subjugadas como galinhas”.
Vamos, voe… Voe e vença, ocupe o lugar que é seu no alto do penhasco.
“A águia gosta de pairar nas alturas, acima do mundo, não para ver as pessoas de cima, mas para estimulá-las a olhar para cima” (Elisabeth Kübler – Ross)
Desperte-se, saia da ilusão
Penso que todos nós vivemos algum tipo de ilusão, mas a ilusão a que me refiro tem a ver com a desinformação.
Quais as ilusões que já podemos abrir mão? Quais os mitos e crendices que podemos trocar por valores pessoais e experiências novas? Quais preconceitos e conceitos herdei da vida e preciso questionar? Quais as superstições que eu tenho? Quais os medos? Quais os rancores?
Quando uma pessoa, “adulta”, que se sustenta e às vezes sustenta até outras pessoas, é responsável com horários com a vida profissional, age de maneiras como:
-Perder a cabeça;
-Dar ouvidos às fofocas;
-Partir para agressão física ou verbal;
-Mentir para não assumir responsabilidades;
-Explorar as pessoas para não lavar, passar, etc…
-Mudar de temperamento inesperadamente;
-Descontar a raiva nos outros ou nos objetos;
-Manipular as pessoas e situações;
-Descumprir combinados;
-Chantagens emocionais;
-Acreditar em macumba e olho gordo;
-Desrespeito às pessoas e animais.
Quando essa incoerência ocorre, podemos estar diante de uma consciência mimada e imatura emocionalmente, que não lida com a realidade, uma personalidade que se ilude para sobreviver à pressão emocional, que se deixa levar pelo que sente e não aprendeu a lidar com a pressão que esses sentimentos nos trazem.
Talvez seja um assunto meio difícil de digerir, pois, conhecer mais sobre esse assunto implicará em novas informações para nosso intelecto e adquirir informações gera desconforto.
Quando ignoramos que jogarmos lixo nas ruas entope os bueiros e causa alagamento, morte e destruição, conseguimos jogar o lixo nas ruas e dormir em paz, porém a partir do momento que temos a informação e que compreendemos as consequências de jogar o lixo nas ruas, certamente iremos pensar antes de fazer, podendo inclusive, mudar de atitudes e futuramente esclarecer outras pessoas a respeito disso.
O mesmo ocorre com a questão emocional, quando desconhecemos a possibilidade e responsabilidade de gerir e dominar nossas explosões emocionais, podemos agredir as pessoas ou descontar nossas frustrações em cima delas e mesmo assim dormir relativamente sossegados.
Porém, a partir do momento que compreendemos que podemos e devemos trabalhar no sentido de dominar, amadurecer e utilizar as emoções de maneira saudável, torna-se impossível destratar outras pessoas e dormir em paz, sem questionarmos a respeito da atitude errada que tivemos.
Eu confio na humanidade, confio que na grande maioria somos pessoas boas. Pessoas que agem destemperadamente por não saber como fazer diferente. Isso não justifica nosso erro eternamente, haverá consequências e a partir delas, aprenderemos a agir diferente.
Se assim é, por que não utilizarmos nossa inteligência, nossa capacidade reflexiva, as oportunidades de nos informar e criar um futuro menos doloroso, menos complicado e conflituoso?
Na realidade fomos desenformados durante milênios, fomos enrolados e ludibriados, porém agora só depende de nós. Basta começar.
Se não somos capazes de fazer sozinhos, podemos procurar ajuda. Existem milhares de terapias, técnicas, livros e pessoas disponíveis e acessíveis.
Eu vim de um meio muito religioso, acreditava que para me modificar eu precisava ser “santa”, precisava abrir mão de todos os vícios, de todos os meus defeitos antes de ser uma boa pessoa e essa crença me mantinha na mesmice.
Errava porque não sabia fazer diferente e não me esforçava para fazer diferente porque eu sabia que era cheia de defeitos. Esse círculo vicioso só foi quebrado quando decidi dar o primeiro passo.
Descobri que mudar, não é tão difícil assim e que quando mudamos nossas atitudes, nossa maneira de ver e entender as coisas, crescemos em autoconfiança e autoestima.
É impossível sair dos conflitos internos, da culpa e da autodesvalorização, sem que atitudes sejam mudadas.
Desperte a si mesmo, busque refletir sobre as possibilidades de mudanças em seu comportamento. Vá em frente. Seja feliz agora.
Se eu puder ser útil, fale comigo. Deixe uma mensagem.
Dyrceia Freithas 28/02/2018

Robôs do mundo moderno
Acho alucinante o funcionamento do mundo moderno.
Chegamos a um ponto em que quase precisamos pagar para respirar.
Aprendemos a crer que precisamos trabalhar muito a fim de sustentar nossas necessidades de consumo. Aprendemos que a beleza fundamental é aquela exposta na mídia, queremos ser magros, bonitos e ricos. Isso não seria problema se os padrões estabelecidos fossem os nossos, mas na realidade seguimos irrefletidamente, os padrões alheios.
A beleza não pode ser enquadrada de maneira que todos tenhamos a mesma referência de beleza. Somos seres diferentes e portanto, gostamos de coisas diferentes, às vezes nossos gostos se afinam com os de outras pessoas, e às vezes não.
A dinâmica do consumismo mundial foi criada para enriquecer poucos e escravizar muitos. Os padrões de beleza, de prazer e de conforto são ditados por poucos e seguidos por muitos.
Como é possível que nos deixemos levar pelo ritmo do consumismo, da mídia e das indústrias, sem percebermos que estamos nos afastando das coisas que realmente importam?
De que adianta ter um emprego se não gostamos do que fazemos?
De que adianta ter filhos se não convivemos com eles?
De que adianta ter um marido ou uma esposa, se não os conhecemos ou não nos damos bem com eles?
A quem estamos enganando?
Vale a pena lutar pelos luxos que as indústrias nos oferecem, nos matando de trabalhar, competindo como animais?
Ter o melhor celular?
A melhor roupa?
O melhor carro?
Sim, vale muito a pena se:
Se, temos tempo para os filhos, pais, vizinhos e amigos;
Se, temos uma ótima relação com nosso parceiro ou parceira;
Se, temos tempo para curtir o que construímos;
Se, temos saúde, se alimentamos bem e cuidamos do nosso físico;
Se, temos tempo para cuidar de nós mesmos e nos conhecer melhor.
Infelizmente 90% das pessoas transitam infelizes pelo planeta diariamente. Parecem robôs, ansiosas, assustadas e apressadas. Acordam, trabalham e dormem diariamente, sem ter investido 1 minuto do dia no seu bem-estar emocional. Não percebem o nível de estresse, o nível de ansiedade e a decadência de suas relações pessoais.
Sinceramente, gostaria de acordá-las, gostaria de sacudi-las, gostaria de tocá-las nas suas essências.
Os anos passam tão rapidamente. De repente, os filhos se tornam adultos e se vão. O parceiro envelhece, adoece e às vezes se vai.
Só então começa um leve despertar. Estando só. Aposentado, em meio ao luxo, ao conforto e de frente com a realidade, ou estando fragilizado, entre muitos apertos financeiros, sem saúde e sem amigos.
Valeu a pena???? O que fazer???
Muitos batem cabeça, tentam comprar amizades e companhias. Tentam viver a juventude que perderam, viver o que não tiveram tempo de viver. Outros entram nos vícios, se destroem a cada dia, sentem-se vítima do governo, do sistema, das injustiças da vida.
Tudo bem. Não é o fim do mundo.
Você pode ser feliz, pode se sentir vivo, ainda pode buscar a autorrealização.
Pode começar por conhecer a si mesmo. Pode aprender mais sobre suas alegrias, suas tristezas, seus medos, suas dúvidas, suas qualidades e suas necessidades de mudanças. Pode ditar seu próprio ritmo de vida e pode escolher seus padrões de beleza.
Podemos entender que para viver bem precisamos de pouco, e que esse pouco não passa pelo carro do ano, pela melhor roupa, pelo último modelo de celular.
Podemos entender que só precisamos de um par de sapatos, pois temos apenas um par de pés.
Podemos entender que precisamos apenas de duas mudas de roupas pois temos apenas um corpo para vestir.
Podemos entender que a maioria das necessidades que acreditamos ter, são opções do ego, são crenças incutidas pela indústria do consumismo e alimentadas pelo nosso orgulho, pela nossa visão equivocada de que ter é fundamental para nossa sobrevivência.
Existem poucas coisas no mundo que trazem mais satisfação do que encarar a realidade. Pois a partir dela nos libertamos da escravidão socialmente aprendida e podemos desenvolver a serenidade.
Desenvolvendo a serenidade, nos libertamos dos grilhões que robotizam e escravizam, passando a viver conforme valores pessoais mais profundos e verdadeiros.
Seja feliz. Comece hoje. Se você quiser, você pode.
Dúvidas? Me escreva.
Dyrceia Freithas – 26/02/2018