Traços de Imaturidade

Não tenho a pretensão de enumerar aqui todos os traços que demonstram imaturidade, porém existem aqueles que são mais comuns, aqueles que aparecem no dia a dia, nas relações pessoais. Jamais me casei, mas morei junto algumas vezes, aprendi muito nessas relações, foram experiências boas e experiências más.

Porém o principal para mim nessas relações foram os aprendizados, o parâmetro que obtive para as análises pessoais. Poder comparar quem eu era quando entrei na relação, como me comportei durante e quem me tornei após a relação, me possibilitou fazer escolhas mais lúcidas para os próximos relacionamentos. No início saía das relações muito magoada, ressentida, mal-amada e rancorosa.

Mesmo sentindo-me em estado tão negativo, não fazia parte dos meus valores a vingança ou o desejar mal ao outro, por isso o conflito se mantinha. Eu não sabia lidar com as emoções tóxicas oriundas da relação e não lidar com elas me impedia de liberá-las. A não liberação dessas emoções me manteve adoecida por muito tempo. Sei que me mantinha adoecida porque ao iniciar outra relação, surgiam os medos, as desconfianças e eu me relacionava a partir da autodefesa, isto é, estava sempre com um pé atrás esperando a desilusão (processo inconsciente). Minha manifestação era ciumenta, dominadora, manipuladora e isso causava grandes transtornos nas relações, pois o medo é mal conselheiro, ele nos paralisa quando não aprendemos a ir em frente apesar dele.

Vivia vitimada, com medo de perder, medo de sofrer, medo de ficar só, medo de ser preterida, explorada, enganada, abandonada, de não ser boa o bastante. Tudo isso me assombrava e sustentava o meu jeito de ser. Eram tantos medos que me mantinha submersa, enfraquecida, sem forças para realizar mudanças importantes. Me sentia insatisfeita comigo mesma, percebia que estava próxima de uma encruzilhada, que precisava fazer mudanças no meu funcionamento, caso contrário ficaria louca. Não havia nada que eu temesse mais do que a loucura. Não suportava mais a pressão interna com tantos conflitos.

Sofria por baixa autoestima, me sentia fracassada, pensava que talvez fosse melhor ter relacionamentos que me diminuíssem, onde me sentia humilhada e rejeitada do que continuar vivenciando aqueles conflitos internos. Porém algo bem dentro de mim sabia que eu precisava crescer, modificar-me, aprender a ir em frente com minhas próprias pernas. Algo me impulsionava para a superação.

Fazia terapias sempre que sentia necessidade, mas apesar de me fazerem bem, não me abastecia de forças para agir, para tomar atitudes diferentes, para assumir responsabilidades para as mudanças necessárias. Para muitos, esse comportamento é incompreensível. Como a pessoa pode se manter na mesmice se sofre tantos conflitos? É algo realmente difícil de entender. Atualmente aprendi a utilizar minhas emoções como o leme de um navio. Posso guiar-me suavemente rumo ao equilíbrio, porém naquela época, realmente minha personalidade era frágil, imatura e ao mesmo tempo inflexível.

Em resumo, só você pode segurar o leme de sua manifestação, só você pode iniciar as reciclagens pessoais necessárias ao seu amadurecimento. Comece fazendo uma análise desdramatizada, olhe para você como um investigador, como alguém que precisa entender o seu modo de agir, de pensar e de sentir. Alguém isento de críticas negativas, de julgamentos e de cobranças, alguém que precisa muito te entender e te conhecer a fundo, para ajuda-lo (a) de maneira adequada.

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